Núcleo Vida e Saúde

Aterosclerose é o termo médico/biológico para a formação de placas de gordura no interior das artérias e o seu processo de desenvolvimento e crescimento até determinar obstrução do vaso. Este processo, hoje já se sabe, é fundamentalmente um processo cronico, retroalimentado, tendo a inflamação papel determinante no aparecimento e evolução da aterosclerose, inclusive nas artérias coronarianas (vasos que levam o sangue arterial, rico em oxigênio para dentro do próprio músculo do coração, sendo portanto as artérias responsáveis por manter o coração vivo e funcionante como músculo). Sua evolução é normalmente subclínica ao longo de décadas.

Há varios marcadores de processos inflamatórios e, nos processos de aterosclerose coronariana, por serem processos inflamatórios chamados de subclínicos (não cursam com os sinais e sintomas clínicos da inflamação, como inchaço, dor local, vermelidão e calor local),  um dos mais importantes é o PCR ultrassensível, ou Proteína-C Reativa ultrassensível.

Alguns estudos vem observando que a atividade física tem sido associada a redução dos níveis de PCR. Um estudo de 2014, feito na Bahia, mostrou uma relação linear inversa entre os valores da PCR dosada e os valores de VO2 Máximo obtido pelo paciente (VO2 máximo é uma medida de capacidade física e é mais alta em indivíduos treinados que em indivíduos sedentários e pode ser obtido de maneira direta ou indireta através de exames diagnósticos específicos). Essa relação se mostrou ainda mais forte nos individuos estudados que eram tabagistas ou ex-tabagistas.

Dizemos que uma relação é inversa quando temos algo do tipo: quanto maior o nível de A, menor o nível de B. No caso deste estudo, quanto maior foi o VO2 atingido por um paciente estudado menor era o PCR dosado, reforçando a idéia de que o exercício físico é protetor para eventos cardiovasculares e está associado a menores indices de inflamação aferidos através de biomarcadores como a PCR ultrassensível, que está ligada a inflamação ocasionada no processo de aterosclerose coronariana.

 

OBS: Este artigo tem carater puramente informativo, não substituíndo a consulta presencial a um profissional habilitado e não pretendendo ser fonte única de conhecimento médico.

Artigo elaborado, após revisão da literatura médica, citada na fonte por Sergio Tranchesi Ortiz, CRM/SP: 109.121 - Clínico Geral (RQE 85913) e Cardiologista (RQE 85912).