Núcleo Vida e Saúde

Segundo a Internation Diabetes Federation, em 2013, havia 382 milhões de pessoas no mundo com diabetes, o que equivalia a 8,3% da população mundial. Até 2035, este número deve crescer mais 55%, atingindo cerca de 592 milhões de pessoas. Esses dados alarmantes colocam o diabestes como uma das maiores emergências de saúde global do século.

O Brasil está entre os 5 países com o maior número de indivíduos com diabeste e com os maiores gastos com a saúde. As doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a Diabetes, tornaram-se o maior problema de saúde pública no país e são responsáveis por 74% das mortes no Brasil em 2010.

Um estudo feito entre os anos 2008 e 2010 mostrou que cerca de 20% das pessoas  tinham diabetes confirmada por exames de laboratório e que a metade dessas pessoas não sabia deste diagnóstico até aquele momento. No entanto, o aumento da cobertura da súde básica e o maior acesso aos medicamentos através do SUS podem ser responsáveis por uma queda na mortalidade observada desde 1996.

O bom controle do diabetes, mantendo a hemoglobina glicada abaixo de 7%, é fundamental para prevenir as complicações a curto e a longo prazo da doença. Estima-se que 76% dos pacientes com diabetes tem níveis de hemoglobina glicada acima de 7%, configurando um mal controle dos níveis de açucar no sangue. Entre diabéticos do tipo I, aquele que se inicia na infância ou adolescência, estes níveis de descontrole são ainda piores. Entre os adultos, apenas 13,2% dos pacientes tem um bom controle do nível de diabetes.

A diabetes, como todas as suas complicações, é uma doença muito cara ao sistema de saúde, podendo representar até 20% do total de gastos de saúde de um país. No Brasil, o diabetes é a principal causa de amputação não traumática dos membros inferiores e de cegueira. Ainda é importante causa de falência dos rins com necessidade de diálise ou transplante dos rins.

O Banco Mundial afirmou em 2008 que o Brasil pode ter perder até 20 milhões de dólares em produtividade por conta das doenças crônicas não transmissíveis.

A crescente incidência do diabetes em todo o mundo, por conta do sedentarismo e obesidade principalmente, representa um peso que a maioria dos sistemas de saúde tem tido muita dificuldade em lidar, e com o SUS não é diferente. É necessário que médicos e pacientes entendam que o melhor remédio é aquele que o paciente vai ter acesso e conseguir tomar, mantendo assim uma boa aderência ao tratamento e bom controle do diabetes a longo prazo. 

 

 

OBS: Este artigo tem carater puramente informativo, não substituíndo a consulta presencial a um profissional habilitado e não pretendendo ser fonte única de conhecimento médico.

Artigo elaborado, após revisão da literatura médica citada, por Sergio Tranchesi Ortiz, CRM/SP: 109.121 - Clínico Geral (RQE 85913) e Cardiologista (RQE 85912).

 

Fontes Bibliográficas:

1. PROCARDIOL Programa de Atualização em Cardiologia: Ciclo 11.

 2. O Impacto Clínico e Econômico do Diabetes no Brasil - Dra. Luciana Bahia

atualizado pela última vez em 06/09/2020