A Hipertensão arterial pulmonar é uma doença complexa, com múltiplas causas e marcada por um aumento da pressão do sangue dentro dos vasos do pulmão, acarretando uma série de complicações dentre as quais temos a falência do lado direito do coração (falência ventricular direita) e morte prematura do paciente.

Entre as diversas causas da hipertensão pulmonar, podemos destacar as doenças cardíacas congênitas (defeitos de nascença do coração), doenças do fígado que cursam com hipertensão portal, infecção pelo HIV e algumas doenças do tecido conectivo, como algumas colagenoses.

Os sintomas mais comuns incluem falta de ar, cansaço excessivo com limitação física e progressiva intolerância aos exercícios e atividades do dia-a-dia.

Quando há aumento da pressão arterial pulmonar, as artérias pulmonares tendem a contra-responder a este aumento da pressão com uma proliferação excessiva da camada média dos vasos (camada muscular) formando lesões complexas e até necrose (morte) de alguns segmentos das artérias.

O diagnóstico normalmente ocorre já numa fase mais tardia, quando surgem os sinais clínicos de intolerância ao exercício e eventualmente sinais de baixo débito cardíaco, como tonturas e pré-desmaios. Nas cardiopatias congênitas há queixas de palpitações por conta da presença de arritmias associadas ao defeito cardíaco, ou eventualmente de dor torácica pelo aparecimento de isquemia do músculo cardíaco, gerando sintomas de angina. Escarros com sangue também podem acontecer, principalmente em estágios mais avançados da doença.

Estima-se que 10% dos pacientes que nascem com um defeito de nascença do tipo CIV (comunicação entre os dois ventrículos do coração) podem evoluir para hipertensão pulmonar se ainda apresentarem o defeito após os dois anos de idade. Quanto maior for o tamanho do defeito e maior a complexidade dele, mais chance deste desfecho, chegando em até 100% de chance em casos como o de Truncus Ateriosus (um defeito grave do coração, bastante raro).

Dentre os exames solicitados pelo médico na suspeita de hipertensão pulmonar destaca-se o ecocardiograma, que pode estimar o grau de hipertensão arterial além de servir para diagnosticar os defeitos cardíacos congênitos que podem ser a causa da hipertensão arterial e para verificar se há complicações tais como falência ventricular.

O cateterismo é considerado o melhor exame para o diagnóstico, mas por necessitar de ser realizado em centro especializado e por médico especialista e capacitado não é realizado de rotina como primeira opção de exame diagnóstico, sendo mais reservado para casos graves ou em casos cuja correção cirurgica se faz necessária.

O tratamento da hipertensão arterial é um grande desafio, principalmente nos casos onde a causa não é passível de tratamento definitivo ou quando o processo está instalado a muito tempo e se tornou irreversível. Diversas drogas estão em estudo atualmente mas o alto custo delas e a dificuldade de aplicar estesmedicamentos na prática clínica tem dificultado o tratamento de pacientes fora dos grandes centros acadêmicos.

O exercicio, em casos graves, onde o paciente apresenta dor torácica ou falta de ar importante ou desmaios, é geralmente contra-indicado por normalmente causar um impacto negativo na evolução da doença.

OBS: Este artigo tem carater puramente informativo, não substituíndo a consulta presencial a um profissional habilitado e não pretendendo ser fonte única de conhecimento médico.

Artigo elaborado, após revisão da literatura médica, citada na fonte por Sergio Tranchesi Ortiz, CRM/SP: 109.121 - Clínico Geral (RQE 85913) e Cardiologista (RQE 85912).